Por Marcos Pinheiro
Fotos: Lyanna Soares
Como bem definiu o amigo Felipe Campbell, jornalista e fã de carteirinha do Deep Purple, o show realizado em Brasília na noite de sexta-feira (7/11) foi “curto e com muitas músicas novas para o pouco tempo”. Eu acrescentaria mais: Ian Gillan, 69 anos, estava visivelmente cansado – ele teria se sentido mal antes -, o que na minha opinião prejudicou a apresentação, com duração de quase 1h45. Sem pique, ele deixou o palco várias vezes para “tomar um ar” no backstage. Além disso, o calor na pista Premium do NET Live Brasília estava de derreter os ossos e particularmente me incomodou muito – lá atrás, na chamada “pista comum”, o clima parecia mais ameno, talvez pela proximidade com a área externa.
Claro que a simples presença na cidade de uma banda dessa importância, após mais de 17 anos, é de se louvar. Não à toa, o espaço lotou com mais de seis mil pessoas, entre muitos “veteranos” e alguns mais jovens, com vários músicos e produtores locais. Transitar entre bares, banheiros e plateia estava beeem complicado! Mas a música é o que fala mais alto. E o repertório foi justamente aquele que antecipamos na última sexta-feira aqui no blog. A única – e muito sentida – exceção foi Highway Star, inexplicavelmente excluída do set list. O Purple vinha tocando esse clássico, do álbum Machine Head (1972), em shows realizados há pouco tempo nos Estados Unidos.
Das 17 músicas apresentadas, quatro são do mais recente álbum, Now What?!, lançado em abril de 2013: Après Vous (que abriu o show pontualmente às 22h30), Vincent Price, Uncommon Man e o já “hit” Hell to Pay. Aliás, foi justamente a partir de Hell to Pay que a apresentação chegou ao ponto alto. O tecladista Don Airey, em seu momento solo, homenageou a música brasileira com vários inserts recebidos com palmas. E emendou com a sensacional Perfect Strangers em seu andamento crescente que lembra muito Kashmir, do Led Zeppelin. Na sequência, mais dois clássicos: Space Truckin´ e a inevitável Smoke on the Water.
Confesso que não consegui ver direito o bis, pois precisei montar os equipamentos na varanda para começar a discotecar tão logo terminasse o show. Assim como não consegui ver nada da abertura com a banda Rock n´Roll Circus (foto), que tocou das 21h30 às 22h: tive que correr de volta à Transamérica FM para apresentar o programa Cult 22. Ao longe vi/ouvi a galera cantando em coro Hush e Black Night, que fecharam a gig do Deep Purple. Era quase 0h15 quando abri meu “DJ set” com The Doors e segui com vários clássicos do rock dos anos 1960 aos 1990. Cercado de vários amigos e conhecidos – e de uma galera grande e animada que ficou para curtir um som e esticar a noite -, fomos até 2h. Acho que só não rolou mais porque tinha acabado a cerveja nos bares…
Confira mais fotos do Deep Purple
Set list
. Après Vous
. Into the Fire
. Hard Lovin’ Man
. Strange Kind of Woman
. Vincent Price
. Contact Lost
. Uncommon Man
. The Well-Dressed Guitar
. The Mule (com solo de bateria)
. Lazy
. Hell to Pay
Solo de teclados
. Perfect Strangers
. Space Truckin’
. Smoke on the Water
Bis
. Green Onions (Booker T. & The MG’s)
. Hush (Billy Joe Royal)
Solo de baixo
. Black Night
Esse Net Live (antigo marina hell) deveria ser definitivamente fechado.
Lugar com acústica inexistente e calor insuportável.
O Ian Gillan simplesmente desistiu de cantar.
Uma pena.
Net live e o pior lugar do mundo !!! tem q ser fechado aquela espelunca !!
Bis? Onde que teve bis? Lamentável mesmo foi a inclusão de muitas músicas novas e não ter de fato Highway Star mesmo sob manifestação da plateia. O local de fato não parece ser adequado para shows deste porte. No mais, o tecladista foi o show da noite!
Eu que pensava que só eu estava notando coisa errada no Net Live. Que lugar horrível! Quando chove fica uma poça de lama que só. Não é a primeira vez que acontece isso. No show do 30 Seconds to Mars saí decepcionado pelo mesmo motivo: choveu, o show atrasou e dos shows dele pela turnê no Brasil foi o que durou menos. Enfim, para os próximos shows desse porte, mude de local e coloca de volta pro Nilson Nelson. É um dos únicos, com exceção do Mané Garrincha, que salva.
Não acho o espaço tão ruim e não acho que mudaram o repertório porque o lugar oprimiu o Gillan, rsrsrs… Mas como te disse (valeu pela citação), esse é o quarto show do DP que eu vejo e foi o mais fraquinho mesmo. Acho que resumo assim: muita música nova (pra uma banda que começou a tocar há quase 50 anos) para um show tão curto. E deixar Highway Star de fora foi um descaso com o público. Sei lá se o Gillan teve queda de pressão (rolou esse boato), mas achei isso muito preguiçoso. E o próprio Steve Morse, que já tá na banda há 20 anos, poderia ter tido o seu momento com a maravilhosa “Sometimes I Fell Like Screaming”, que é a música que marcou sua entrada na banda e virou clássico instantaneamente.
No mais, valeu pelo show bacana, sempre bom ver velhinhos na ativa do rock!
Saudações!!!
Nossa, o show foi uma merda.
A banda estava totalmente fora do ar física e espiritualmente. Nada a ver com o show de 1997 (Minas Tênis Clube) e 2003 (ginásio do Serra Dourada).
Impressionante como é uma boa grande no rock, mas com público é uma negação: lotação de Net Brasília. O Franz Ferdinand que é marrom menos faz isso.
Achei o show totalmente um ZERO à esquerda.
Sai de lá com a sensação de “tá faltando alguma coisa” ou “nem tchum!”
Nego fica falando pra colocar no Nilson Nelson… o evento tem que se pagar.
Será que tem pagantes pra pagar o aluguel de lá?
Deep Purple nunca foi uma banda de multidões, em todas as 10 vindas ao Brasil. Apesar do grande nome no rock, sempre shows abaixo de 8 mil pessoas. O salão do Minas, em 1997, é de formaturas. Deve ser pra 2 mil ou 3 mil. Achei que tinha até gente demais, no Net Brasília.
O rapaz de cima Pé não conhece a banda de perto. Nos anos 70. O público do Purple era comum entre 70 e 80 mil pessoas. Também tocaram em lugares menores e fechados para gravarem seus discos ao vivo.